quarta-feira, setembro 07, 2005

Fui_

Estou para aqui e por ali... Sem saber muito bem onde. Fico suspensa neste oceano verde de árvores, palmeiras e patos.
Sopra,mas não naquela direcção_
Onde? Para onde?
Noutro lado qualquer para outro lado qualquer. Por mim, claro, por quem havia de ser?

Respeita-te a ti primeiro, procura tu primeiro, sê tu primeiro, conversa contigo primeiro...


O tempo enrola...

vejo:
um Anfiteatro ao ar livre na Gulbenkian com um rapaz sentado hipnotizado pelos patos_atrás de mim um leitor solitário_ao fundo mãe e filha da 2ª e 3ª geração_logo a seguir alguém contempla o lago... verde... e distribui comida pelos seus habitantes.
o namorado que olha com a anamorada ao lado_o homem que dorme e suspira após ter acordado_uma rapariga com toques de androgenia de colete e de portátil ao ombro_ _ _

Aqui e ali... estas pessoas encontram-se na partilha do espaço que se torna de todos, pois hoje aqui todos o vivemos.

1 Comments:

At 2:53 da manhã, Anonymous Anónimo said...

"Há momentos em que parto não sei para onde. Navegação espiritual. Ou dispersão na terra abstracta, a única que se vê quando não se vê. São as grandes caçadas dentro de mim mesmo, a busca da magia perdida, uma palavra cintilante, uma perdiz imaginária, um sopro, um ritmo, uma espécie de bafo. Como o teu. Às vezes sinto-o, outras não. Mas sei que estás aí, algures, enroscado na minha própria solidão."

Manuel Alegre - Cão como nós

Existe sempre um lugar onde nos podemos procurar a nós próprios. E o mais importante nessa procura, não é o Fim último, mas o trajecto, o percurso, o caminho e as pessoas que partilham esse espaço, exterior, ou interior a nós.

O vento sopra. Como as nossas vontades e os nossos afectos, as nossas necessidades, os nossos prazeres e as nossas angústias. Elas também vão e vêem, como o vento!

E os Outros. Esses, mesmo que depois de nos pensarmos "primeiro", de "sermos" primeiro, existem! Co-existem! Mesmo que em segundo, consigo também primeiro!
Por isso, é essencial, não esquecer que os outros, também somos nós, e nós como outros que somos, sentimos como eles, amamos e sofremos como eles, e por vezes até...erramos, como eles!

Porque não experimentas então "ir", mas desta vez sabendo "voltar"?
Eles esperam-te, como tu esperas o vento e a brisa! ;)

 

Enviar um comentário

<< Home